Agronegócios
17h40 10 Abril 2025
Atualizada em 10/04/2025 às 17h40

Chuvas atrapalham a colheita no Rio Grande do Sul, mas há desenvolvimento da soja; saiba mais

Por Redação TV KZ

As chuvas da última semana no Rio Grande do Sul, apesar de atrasar a colheita da soja, forneceram um alívio significativo às lavouras, especialmente aquelas de ciclo tardio.

Dados da Emater indicam que, na Metade Oeste do Estado, as chuvas fortes contribuíram para a recuperação da umidade do solo, atingindo níveis adequados para o desenvolvimento das plantas e atenuando o déficit hídrico que afetou a produtividade nas semanas anteriores.

Desafios enfrentados

No entanto, essa umidade excessiva também trouxe dificuldades: o solo e a vegetação ficaram saturados, resultando na paralisação temporária da colheita até que as condições operacionais melhorem.

A área colhida no Estado subiu de 39% para 50%, refletindo disparidades de produtividade entre regiões. Os rendimentos variam de 180 kg/ha no Extremo Oeste a impressionantes 6.000 kg/ha no Nordeste.

A Safras & Mercado estima que a produtividade média no Estado seja de 2.240 kg/ha, embora a possibilidade de nova queda seja considerada devido aos efeitos da escassez hídrica em março, que impactou os cultivos.

Regiões críticas

Nas áreas mais afetadas, a combinação do estresse hídrico nas fases reprodutivas, aliada à umidade alta das chuvas recentes, resultou em uma maturação irregular da soja. Os grãos colhidos apresentam alta umidade, impurezas e, em alguns casos, estavam verdes, o que levou a perdas comerciais. Para reduzir essas perdas, o uso de dessecantes químicos foi intensificado, buscando uniformizar a maturação das lavouras.

Instituições financeiras continuam a registrar perdas e laudos técnicos são emitidos por peritos para verificar as condições das plantas.

Atualmente, 39% das lavouras estão na fase de maturação e 10% em enchimento de grãos. As chuvas recentes podem ser benéficas para preservar o potencial produtivo, especialmente nas lavouras mais tardias.

Nestas áreas, o manejo fitossanitário segue rigoroso, com aplicação de fungicidas para controlar doenças de final de ciclo e a ferrugem-asiática, visando garantir a sanidade das plantas até a colheita.

Comercialização

Em relação à comercialização, o preço da soja caiu 2,04% na última semana, conforme levantamento da Emater/RS-Ascar. O valor médio da saca de 60 quilos foi de R$ 127,38 para R$ 124,78.

As oscilações nos preços e a incerteza sobre a colheita impactam as decisões dos produtores, que continuam a monitorar as condições climáticas e fitossanitárias das lavouras.

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