Brasil
14h10 23 Abril 2025
Atualizada em 23/04/2025 às 14h10

Número de envolvidos em conflitos por terra salta para 900 mil em 2024

Por Redação TV KZ

Os conflitos fundiários no Brasil afetaram 904 mil pessoas em 2024, segundo relatório da Comissão Pastoral da Terra divulgado na quarta-feira (23). Em comparação a 2023, quando 792 mil pessoas estiveram envolvidas, houve um aumento de mais de 100 mil indivíduos impactados. O ano passado registrou 13 assassinatos relacionados a esses conflitos.

Embora tenha ocorrido uma redução no número total de conflitos em relação ao recorde de 2023, que contabilizou 2.250 ocorrências, o relatório aponta 2.185 conflitos em 2024. A maioria das disputas está ligada a violações de posse de terras, incluindo despejos, ameaças e destruição de propriedades.

De acordo com a pesquisa, fazendeiros são identificados como os principais responsáveis pela violência no campo, abrangendo 44% dos casos documentados. Além disso, esse grupo também é destacado como causador significativo de incêndios e desmatamento ilegal.

O levantamento ainda mostra que posseiros e comunidades quilombolas enfrentaram um aumento nos conflitos, totalizando 425 e 221 casos, respectivamente, com uma incidência notável no Maranhão. O secretário-geral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil enfatizou a importância da visibilidade para as vítimas desses conflitos.

Ação do Movimento Invasão Zero

O relatório também menciona um grupo chamado “Movimento Invasão Zero”, formado por grandes proprietários de terras com apoio de parlamentares do agronegócio, conhecido por ações violentas contra famílias em áreas de ocupação. O documento faz referência a assassinatos associados a esse movimento, destacando a influência política que eles exercem, especialmente na criminalização das ocupações de terra.

A análise conclui que a interação entre legisladores e esses grupos agrava a situação de violência no campo, sugerindo que ações são necessárias para proteger os direitos de comunidades afetadas e promover a reforma agrária como solução.

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