Com uma ajuda do clima, a produção de café deve bater recorde neste ano. Segundo um levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a safra deve chegar a 58 milhões de sacas. É o que espera o cafeicultor Renato Paiva, que já tem os primeiros grãos secando em sua propriedade em Varginha (MG). Ele prospecta colher nos 55 hectares, até 1.600 sacas – o dobro do ano passado.
"O café está com bom vigor, bem folhado, bem granado, com frutos bem desenvolvidos. Uma maturação uniforme para essa planta. E isso vai refletir em qualidade”, aponta o agrônomo José Marcos de Mendonça. No sul de Minas, principal região produtora de café do país, a estimativa é que a colheita renda entre 15,6 e 16,4 milhões de sacas.
Mas a situação não é igual em todo o Brasil. Em Colatina (ES), o tempo ameno e chuvoso ainda deixa os grãos verdes nas lavouras. Segundo o Instituto Capixaba de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), o atraso na colheita acontece na maior parte do estado. A orientação é que os produtores só comecem a colher com 80% dos grãos maduros, o que deve acontecer no final de maio.
"Sempre tem aqueles produtores mais afoitos, que querem começar e acabar logo a colheita, mas isso é prejuízo para eles próprios. Eles vão estar perdendo em qualidade e em rendimento do café", alerta Anderson Marim, engenheiro agrônomo/Incaper.