Coluna
19h02 18 Março 2025

A história do café em Campos Altos

Por Marcelo Macedo

Condições climáticas e solo extremamente favoráveis à produção cafeeira de elevada qualidade tornaram a região de Campos Altos conhecida como uma das mais propícias ao cultivo do café, desde meados do século XX.

Aos poucos, a combinação dessas condições, inscreveu definitivamente a cidade entre as regiões produtoras de cafés de alta qualidade, certamente um dos melhores do país e talvez entre os melhores do mundo.

Informações sobre o potencial da cafeicultura na região se espalharam; produtores e trabalhadores rurais de outros lugares, especialmente do Oeste e Sul de Minas, vieram, respectivamente, investir e trabalhar em lavouras novas. Notabilizou-se, entre estes o Sr. Osvaldo Alves de Araújo, proveniente de Guaxupé, que conheceu a elevada qualidade e o potencial cafeeiro de Campos Altos, no trabalho de comprador de café da empresa norte americana Leão Israel.

Em 1.940 o Sr. Osvaldo Araújo adquiriu do Sr. Antônio Godinho de Abreu uma propriedade de 1.250 hectares, que já produzia café e em poucos anos tornou-se um dos pioneiros da cafeicultura empresarial na região. Ele foi um dos fundadores do partido político UDN, o primeiro Vice-Prefeito eleito de Campos Altos pelo mesmo partido e sobretudo um dos expoentes da cafeicultura brasileira. 

Nas décadas de 1950 e 1960 o poderoso e influente “cafeicultor de Campos Altos”, auxiliou o financiamento de diversas campanhas eleitorais, recebeu na sede da fazenda renomadas personalidades, especialmente da política e obteve reconhecimento nacional por sua elevada capacidade empresarial. Sem praticamente quaisquer possibilidades de mecanização agrícola, ele conseguiu colher em diversas safras a impressionante marca de dez mil sacas de cafés beneficiados de elevada qualidade.

Pelo grande feito, o competente produtor rural de Campos Altos foi reconhecido como o maior produtor de café do Brasil, nos anos 50 e considerado, segundo a edição de dezembro de 1956 da revista Alterosa, o Brasileiro do Ano. Até o presente, seus terreiros e barracões de café são conservados pela família, bem como a magnífica casa dotada de cinco confortáveis apartamentos e sala de projeção de cinema, de onde comandava suas fazendas.

INSTITUTO BRASILEIRO DO CAFÉ - IBC

Dado à grande produção regional, já reputada em quantidade e qualidade, combinada à facilidade de escoamento gerado pela via férrea, na época o único meio eficaz de transporte, em 1959 o Governo Federal construiu e implantou na cidade uma unidade do Instituto Brasileiro do Café – IBC.
Além de incentivar a cafeicultura e armazenar até trezentas mil sacas da produção regional, o grande empreendimento passou a funcionar também como estoque regulador oficial do governo. 

Para se ter uma ideia do potencial antevisto pelo IBC para a produção cafeeira na região de Campos Altos (Santa Rosa da Serra e Pratinha, também utilizam a capacidade armazenadora da cidade), após mais de 60 anos da construção, a mesma tem produzido anualmente pouco além de trezentas mil sacas.

Com o crescente aumento da produção, da produtividade e da área plantada a atividade cafeeira se tornou o carro-chefe da economia municipal. Ao lado da produção, nasceu e se consolidou um forte setor de comercialização de café.

Visita da diretoria do IBC a Campos Altos em 1.958.  E/d: Nélio Lemos (Pres. da Associação Rural), Dr. José Sidney de Souza, (Agrônomo do IBC), Nivaldo Lemos, Dr. José Cordeiro Campos, Raimundo Mendes, Aloisi Sobrinho (Chefe Dep. De Assist. a Cafeicultura do IBC), Osvaldo Alves Araújo, Nélson da Costa Melo (Diretor do IBC do Espirito Santo), Nilton Ferreira de Paiva (Diretor do IBC Minas Gerais), Geraldo Guimarães, Onofre Braga, Antônio Eliziário Resende (Gerente do Banco de Minas), Dr. Gil Vilela (Dep. Estadual), ?,? e Laudelino Resende Lopes (Dino) (vice prefeito de Campos Altos.Visita da diretoria do IBC a Campos Altos em 1.958. 
E/d: Nélio Lemos (Pres. da Associação Rural), Dr. José Sidney de Souza, (Agrônomo do IBC), Nivaldo Lemos, Dr. José Cordeiro Campos, Raimundo Mendes, Aloisi Sobrinho (Chefe Dep. De Assist. a Cafeicultura do IBC), Osvaldo Alves Araújo, Nélson da Costa Melo (Diretor do IBC do Espirito Santo), Nilton Ferreira de Paiva (Diretor do IBC Minas Gerais), Geraldo Guimarães, Onofre Braga, Antônio Eliziário Resende (Gerente do Banco de Minas), Dr. Gil Vilela (Dep. Estadual), ?,? e Laudelino Resende Lopes (Dino) (vice prefeito de Campos Altos.

 

Colunista
Marcelo Macedo

Marcelo Macedo, Técnico Eletrônico, Bacharel em Direito, empresário e pesquisador.

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