O presidente do Federal Reserve (Fed) de Richmond, Tom Barkin, afirmou nesta quarta-feira, 9, que a correção dos mercados acionários provavelmente não é o que pesará sobre a demanda de consumidores americanos, e sim a situação do emprego nos EUA. "A taxa de desemprego, anúncios de demissões e índices de renda vão nos mostrar o status do emprego nos Estados Unidos e os possíveis impactos em consumidores", explicou, em evento do Clube Econômico em Washington.
Barkin disse que o BC americano está acompanhando essas dinâmicas de perto porque representam a "maior parte da economia". Neste cenário, uma retração forte dos gastos com consumo poderia ter reflexos sobre o crescimento econômico do país.
"Três meses atrás, a situação parecia boa, com desemprego baixo e inflação longe do pico. Desde então, há uma grande névoa de incerteza", afirmou, em referência às novas políticas dos EUA sobre tarifas, comércio, imigração, energia e fiscal.
Sobre políticas fiscais, o dirigente comentou que o Fed terá que ajustar a política monetária quando as mudanças propostas pelo governo acontecerem, para adaptar a direção de acordo com os mandatos de pleno emprego e estabilidade de preços, mas evitou comentar qual pode ser a trajetória dos juros.
Questionado sobre como o BC americano atuaria frente a um cenário de altos níveis da inflação e da taxa de desemprego, Barkin reiterou que as decisões são julgadas a depender dos dados, afirmando que é necessário um "equilíbrio delicado" e "cautela" ao gerenciar os juros. O dirigente, no entanto, sinalizou que não é possível descartar alta nos juros, caso a inflação volte a acelerar.